• Geraldos

    Povoação do Concelho de Castro Verde

Igreja com marco geodésico e árvore.

Ermida de S. Pedro das Cabeças- vista traseira.

Monte dos Geraldos

Lá prós lados de Castro Verde, existe um pequeno povoado… Não; lá prós lados de Castro Verde existe um Monte – sendo que Monte é menos que aldeia; pode englobar uma ou muitas casas; isola-se de tudo e ninguém os percebe muito bem -; os Montes resistem aos tempos que o tempo é tudo o que têm.

O que Vos vou falar conheço muito bem: foi a terra que me viu nascer, no tempo em que pertencia à parteira a tarefa de nos fazer vir ao mundo.

Contrariamente à maioria, não se situa num sítio alto nem próximo da corrente de água (ribeira ou barranco). Afastou-se da normalidade e é numa quase cova, ou cerro muito baixo, que o podemos encontrar; embora apresente algumas ladeiras.




A visível troca de afetos; Regréssimo; Geraldos; Concelho de Castro Verde; Alentejo.

A visível troca de afetos; Regréssimo; Geraldos; Concelho de Castro Verde; Alentejo.

Dista 3,5 km de Castro Verde; tem 169 habitantes e perdeu-se no tempo, num tempo que o mantém. Não encontrei estudos que revelassem onde obtêm o sustento.

A maioria, penso eu, é reformada e cuida das lides de casa e da rua: dois dedos de conversa para perguntar à vizinha se está bem. É lindo. Comecemos pelo nome: Geraldos.

Não, leu mal. Escreve-se com e e lê-se com i. Já não me lembro da lenda que o meu avô me contava e que justificava a exceção à Língua Portuguesa.








Porta velha e barra azul.

Pormenor da porta de uma casa abandonada. A porta, resistente ao tempo, evidencia o trabalho manual dos tempos antigos.

A Batalha de Ourique

Lembro-me de outras- contadas à lareira, enquanto comia as duras coidinhas- religiosamente para mim guardadas na gaveta da mesa da cozinha; por vezes, eram as bolotas assadas as companheiras de estórias.

Contava o meu avô que aqui começou Portugal, em 25 de julho de 1143. Uma História contada de boca em boca e que aprendeu por via oral.

Quando D. Afonso Henriques aqui chegou, numa tentativa de conquistar território aos Mouros; assentou praças no cerro do covão.

Na calada da noite, um seu mensageiro descobriu serem cinco os reis Mouros e muitos os que lhe eram fiéis – eram tantos que seria impensável um ataque dos diminutos homens daquele que um dia seria o nosso rei -.

Grande Homem, o nosso D. Afonso Henriques; mandou que cada guerreiro seu acendesse sete fogueiras.




Cerro de São Pedro das Cabeças

Estrada e ermida - Ermida de São Pedro das Cabeças

Ermida de São Pedro das Cabeças – um caminho considerado “Chão Sagrado” -, Geraldos.

Os Mouros tiveram medo da imensidão de gentes que pensaram; não atacaram.

Em modo surpresa, numa noite bem escura, dormiam os mouros quando Afonso Henriques atacou.

Rolaram tantas cabeças;  tanto sangue escorreu que, durante três dias, vermelha era a cor da ribeira.

Foi na descida do que se chamaria Cerro de S. Pedro das Cabeças que apareceu, ao Nosso futuro rei, Jesus Cristo feliz com a conquista; contou-lhe que ali começaria Portugal.

Casa pequena com pote.

O pote da cal- produto de origem calcária, de cor branca, utilizado na pintura das casas. Geraldos.

O começo de Portugal

D. Afonso Henriques, cansado e extenuado, desceu do seu cavalo branco, ajoelhou-se e jurou ali mandar construir uma capela- o que aconteceu muito após a sua morte e num reconhecimento no que de facto ali aconteceu -. E os montes de Ourique (a povoação mais próxima da época) foram palco do começo do Mui Nobre Portugal.

Este mui belo povoado, continua perdido no tempo: reina a paz. Alentejo não é Litoral (embora também o seja); Alentejo é uma imensidão de ser na sua profundeza.

A sua beleza; as mãos que inventam; as mentes que sabem; as folgas; os jantares que se consomem ao almoço; as histórias; as gentes; a calma; os enchidos; as acelgas; as beldroegas; as açordas; as vinagradas… justificam um desvio ou o ir com intento: ao chegar a Castro Verde, vire em direção a Mértola e, logo ali à frente, desvia-se para São Pedro das Cabeças.

Garanto: a viagem vale muito a pena. Fique com as fotos de um lugar mágico – foi aqui que começou Portugal, assim o conta o património oral-.

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Centro de Saúde de Castro Verde

Sede

Morada: Av. General Humberto Delgado
7780-909 Castro Verde

Telefone: 286 320 140

Horário de Funcionamento:

  • De segunda a sexta-feira: 8h às 20h
  • Dispõe de um Serviço de Urgência Básica: aberta 24h/dia.
Extensões de Saúde

Casével

Morada: Rua do Altinho
7780-020 Casével

Telefone:  286 944 136

Horário :
4ª Feira:14:00 – 20:00
4ª Feira:08:00 – 14:00

Entradas 

Morada: Rua Nossa Senhora da Esperança Entradas
7780-346  Entradas

Telefone: 286 915 214

Horário :
De 2ª a 6ª Feira:08:00 – 20:00

Monte Sete 

Morada: Rua do Centro
7780-481 Santa Bárbara dos Padrões

Telefone: 286 495 555

São Marcos da Ataboeira

Morada: Largo 1º de Maio
7780-521 São Marcos da Ataboeira

Telefone:  286 320 140

Santa Bárbara dos Padrões 

Morada: Largo do Adro
7780-486 Santa Bárbara dos Padrões

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Tel.: 808 24 24 24

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Guida Brito
Author: Guida Brito

Apaixonada pelo Alentejo; escrevo-o de forma sentida e vivida. Abraço e acarinho a simplicidade e a pureza de ser dos meus avós e do meu Pai: é esse o Alentejo que vos conto; o que se esconde entre as flores da primavera e o cheiro das primeiras chuvas. Escrevo o ultimo reduto, o recanto por desbravar; o encanto da ancestralidade que permanece pura e proba no dourado da planície ou nos recortes do litoral. Escrevo: os poejos, a açorda, a janela, a soleira, o cata-vento, a chaminé, o rio, a primavera… escrevo gentes nobres; escrevo o banco da rua; escrevo as tabernas … escrevo lugares; escrevo a simplicidade; escrevo amor. AlentejoTurismo é um sonho; é um conto de uma história real contada no sentar ao fresco, na brandura das quentes noites de verão. AlentejoTurismo é transmissão de conhecimento que o orienta num Alentejo por desbravar. Com carinho. A autora: Guida Brito

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