
Grupo coral de cante alentejano: aguarda a arruada ,na entrada da taberna- “Branco ou tinto? Cheio!”
Cante – Património Imaterial da Humanidade UNESCO
O “Cante” Alentejano, uma das mais importantes tradições portuguesas, é Património Imaterial da Humanidade da UNESCO.
Um património coletivo que nos transporta à forma simples mas grandiosa do ser alentejano.
Em eventos dinamizados pelos municípios ou no final da tarde, entre petiscos, nas tradicionais tabernas, o “Cante” ainda se faz ouvir de forma espontânea ou organizada (grupos corais); onde quer que haja alentejanos: o “Cante” faz parte da sua identidade.
Origens árabes? Judaicas? Cristãs? O “Cante” não nos revela a origem que de todos é desconhecida.
Ao longo dos séculos, foi abraço, alívio e companheirismo, nas árduas horas de trabalho, sob o sol da planície. Foi afeto e alegria na passagem de voz aos mais jovens. Sentido no “vai mais uma moda?” Foi e é a tradução mais fiel, ao isto “de ser Alentejano”.

Hoje, há grupos masculinos, femininos e mistos (como no campo, onde lado a lado entoavam a mais lindas modas). Cante – Património Imaterial da Humanidade UNESCO
As “Modas”
Chamam-lhe modas e ninguém sabe quem as escreveu; amor, planície seca e quente, trabalho do campo, santos das aldeias… são os temas abordados.
Crentes e não crentes cantam os cânticos dos reis ao menino- no mais singelo ato de respeito e humildade perante as diferenças individuais.
No inicio do séc.XX, em tempos de ditadura, o governo criou os grupos corais masculinos que trajavam com rigor: trajes domingueiro, trajes de burguesia e trajes de trabalho.
Em tempos de miséria, fome e repressão, são os grupos corais alentejanos que trapaceiam a censura e cantam, em coro, o som da discórdia; e, no parece que estão dormindo, são viva voz de todo um povo. Não se nasce alentejano: é-se alentejano.
E é o “Cante” que inicia a revolta que põe fim a tempos austeros em território português. Hoje, há grupos masculinos, femininos e mistos (como no campo, onde lado a lado entoavam a mais lindas modas).