São lindas; transportam no chapéu a minha flor preferida (uma papoila); de braço dado, correm devagar, com passos graciosos, as ruas e ruelas- petrificando os ouvintes com a beleza do seu canto.
Não há palavras que as descrevam na exatidão da sua beleza.
Não há som que não respeite o silêncio que quebram com a palavra cantada. Nas vestes, sente-se a experiência de quem tudo aprendeu a fazer: trajam os trabalhos do campo (monda e ceifa). Este Grupo Coral feminino é natural d’A-de-Corvo (Castro Verde).
A cima de tudo, são um exemplo de integração e respeito, um passo a ser seguido: para integrar a formação, uma papoila abandonou o cajado que a ampara e são as outras que, de braço dado, lhe seguem o passo. Se na frente segue o Querer, atrás segue o Saber Ser.
Curiosa de conhecer, descobri, sem surpresa, o seu fundador/ensaiador: Pedro Mestre. Escusa de apresentações, o Alentejo orgulha-se do que lhe fica devendo.
Dos bailes de rodas às danças de jogo seduza-se, em tons alentejanos, às mais belas senhoras: “AS Papoilas” d’A-de-Corvo.